quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Produtor executivo de «Star Wars Rebels»: «Vamos ver algumas personagens clássicas de Star Wars»

No próximo sábado, dia 25 de outubro, estreia finalmente a série de animação «Star Wars Rebels» no Disney Channel, às 11h00. A história situa-se entre o Episódio III e IV – uma era que abrange duas décadas quase nunca exploradas no ecrã. O produtor executivo da série, Simon Kinberg, revela que a saga irá explorar «as primeiras faíscas de rebelião».


Depois do “prólogo” «Star Wars Rebels: Faísca de Rebelião» no passado dia 4 de outubro, filme que contextualizou os personagens e a trama, é já no sábado que começa um novo capítulo da saga «Star Wars». Kinberg confessa que está entusiasmado com esta nova porta aberta, principalmente devido a possibilidade de criar novos protagonistas. No curriculum do produtor executivo da série temos participações “X-Men: O Confronto Final”, “Jumper”, “X-Men: O Início”, “Guerra é Guerra” e “Elysium”, além de ser produtor de títulos como “Quarteto Fantástico”, “Cinderela”, “Chappie” e The Martian”, que vão estrear em 2015.
Quando foi a primeira vez que teve contacto com Star Wars e a Lucasfilm?
Estou envolvido com Star Wars desde o início desta nova era da Lucasfilm. Penso que fui a segunda pessoa que a Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, contatou. Fui contratado há quase dois anos.

Quando começou a trabalhar em “Star Wars Rebels”?
Nessa altura, Kiri Hart – que lidera a área Story Group da Lucasfilm – falou comigo sobre “Star Wars Rebels”. Descobri o e-mail dela recentemente, datado de 17 de dezembro de 2012. Escreveu-me a dizer: “Estamos muito entusiasmados com o que está a ser feito mas estamos em conversações com a Disney sobre a produção de uma potencial série. Está interessado em ajudar?”. A Kathleen Kennedy sabia que eu tenho dois filhos – um de cinco e outro de 9 anos – e pensou que seria algo que eu adoraria fazer para os meus filhos. Eu aceitei de imediato.

Como é que a série passou para a Disney?
Nessa altura, não sabíamos mais nada além do facto de querermos fazer uma série de animação para a Disney. Expliquei que, idealmente, gostava que tivesse lugar entre “Star Wars: Episódio III” e “Star Wars: Episódio IV”. Queria que a nossa série conseguisse preencher a lacuna de tempo entre os dois filmes. Também queria incluir algumas das iconografias clássicas de Star Wars, bem como algumas personagens dos filmes. O ideal seria ter elementos que ainda não tivessem sido vistos nas prequelas ou mesmo em “The Clone Wars”. A Disney ficou bastante entusiasmada com a ideia e a partir daí começámos a criar a série, juntos.

O que mais o entusiasma na história de “Star Wars Rebels”?
Gosto muito da ideia original da Aliança Rebelde. Queríamos traçar a história a partir das primeiras faíscas de rebelião porque era algo que me interessava bastante. E, como fã de Star Wars, é muito interessante. Senti que tínhamos a oportunidade de criar novas personagens, em oposição às histórias já existentes. Como as prequelas já fizeram isso, pensei que seria mais divertido para a nova geração de fãs de Star Wars que surgisse um novo elenco de personagens com características dos filmes originais.

Foi revelado que personagens icónicas como Obi-Wan Kenobi vão aparecer em “Star Wars Rebels”. Como se sente ao escrever diálogos estas personagens?
Em toda a minha carreira, nunca houve nada tão fantástico como escrever sobre personagens tão icónicas como estas. Abrir um documento Rascunho Final, clicar no botão ‘personagem’ e escrever ‘Obi-Wan’ é surreal. Depois apagamos e escrevemos ‘Obi’. Não sabemos como havemos de chamar à personagem mas estamos a escrever um diálogo que vai sair da sua boca - e esta é uma personagem que faz parte dos nossos sonhos desde que somos crianças. É a situação mais surreal de toda a minha carreira.

Há muitos momentos da série que se vão centrar nas personagens mais icónicas dos filmes?
Durante toda a primeira temporada, vamos ver, definitivamente, que algumas personagens clássicas de Star Wars fazem parte da série mas não serão as personagens principais. As personagens principais são os cinco membros da tripulação da nave Espírito: Kanan, Ezra, Zeb, Hera e Sabine. Este grupo faz parte da primeira célula que eventualmente se poderá transformar numa Aliança.

Qual é exatamente o seu papel em “Star Wars Rebels”?
Sou o co-criador de “Star Wars Rebels”, bem como o produtor executivo da série. Escrevi alguns episódios, também, os dois primeiros episódios e o final da temporada.

Qual é o seu papel enquanto Produtor Executivo?
Como Ppodutor executivo, leio todos os guiões. Por vezes, pego numa caneta e reescrevo os materiais. Revejo partes da série e tiro as minhas notas sobre o que vejo e o que podemos melhorar. Temos uma equipa fantástica a trabalhar no projeto na qual confio mas intervenho e dou os meus conselhos.

Pode dizer-nos mais sobre o novo filme Star Wars?
Sou consultor de “Star Wars: Episódio VII”, o que significa que estou envolvido desde o início do processo. Não posso revelar muito, mas, como fã de Star Wars, estou tão entusiasmado com este filme como estive com qualquer um dos outros.

Em que medida o universo Star Wars teve influência na sua carreira de realizador?
Frequentei uma universidade de cinema mas aprendi tanto com Star Wars que considero uma escola na arte de contar uma história fantástica e de criar personagens complexas mas divertidas. Também aprendi sobre algo que precisei durante a minha carreira, que é como contar uma história que tem continuação. Com os filmes “X-Men” ou “Quarteto Fantástico”, usei o que aprendi sobre ação e enredo paralelo. Quando vemos que as personagens têm a sua própria história mas que se envolvem nas histórias de outras personagens durante todo o filme. Aprendi isso a ver “Uma Nova Esperança”, “O Império Contra-ataca” e “O Regresso do Jedi”.

Como conseguiram integrar o sentimento da trilogia original em “Star Wars Rebels”, não só em termos visuais, mas também a nível da história?
“Star Wars Rebels” é sobre a história de um jovem rapaz que ainda não descobriu o seu caminho. Ele acaba por viver uma grande aventura quando viaja pela galáxia numa nave. Terá de se unir a personagens desconhecidas numa luta comum e descobre poderes que são uma novidade para si. Esta é a história de “Star Wars Rebels” e em alguns aspetos pode ser semelhante à dos filmes originais mas é uma coincidência. Não planeámos estrategicamente recontar a história de “Uma Nova Esperança” com uma nova personagem ao estilo Luke Skywalker. Para ser honesto, mesmo quando estou a escrever “X-Men” ou outro filme, pensamos nas histórias de "Uma Nova Esperança” ou “O Império Contra-ataca” porque, de facto, são brilhantes. É como Shakespeare ou outra história clássica.

Coloca muito da sua experiência de vida pessoal nas personagens?
Colocamos sempre um pouco da nossa experiência de vida pessoal nas personagens que criamos. Escrevo sobre personagens idosas, novas, mulheres, homens, droides e mutantes. Em todas elas podemos encontrar algo que nos caracteriza e que vivemos. Olho para os meus filhos e vejo a bravura e inocência, que são qualidades aspiracionais próprias da idade. Mas há uma parte de mim que continua inocente e otimista apesar de trabalhar em Hollywood há 15 anos e tento transpor isso para a minha escrita. Tudo o que qualquer pessoa escreve – seja ficção ou não – é pessoal e a sua forma de expressão. No que se refere a “Star Wars Rebels” em particular, sinto que acedo a memórias de como me sentia ao ver os filmes originais. Acredito que os sentimentos de esperança e admiração estão presentes numa das personagens principais, Ezra.

A animação dá-lhe mais liberdade criativa que os filmes?
Sim, dá. Nunca tinha trabalhado em animação antes, mas um dos aspetos mais divertidos neste projeto é o facto de ser menos dispendioso e mais simples. Por exemplo, pensemos em “X-Men Dias de um Futuro Esquecido” e na ideia de ter de pegar num estádio e mudá-lo de local como acontece na história. Isso seria algo muito mais simples em “Star Wars Rebels”, mas no filme “X-Men” foi preciso recorrer a muitos elementos tecnológicos. Curiosamente, nunca tinha trabalhado em televisão ou em animação antes, por isso tudo é ainda novo para mim – mas penso que a razão pela qual me chamaram foi para trazer um pouco do cinema e da sua dimensão para a série, apesar de ser um conteúdo animado.


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