sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Entrevista a Mário Bomba, um verdadeiro Jedi em processo de redescoberta!


A menos de vinte e quatro horas da estreia da série Star Wars Rebels na televisão por cabo portuguesa, através do Disney Channel e depois de termos já podido ver o especial Star Wars Rebels: Faísca de Rebelião, a Clone TV esteve à conversa com o actor que dá voz a uma das personagens que certamente mais fãs conquistará nesta série. Falamos, é claro, do “Jedi-Cowboy” Kanan que, na versão Portuguesa, tem a voz do actor e dobrador Mário Bomba. Este versátil actor não é estranho ao Universo Star Wars, já que além de um confesso fã da Saga, trabalhou também em Star Wars: The Clone Wars. No entanto, nesta nova fase - a Fase Disney - de Star Wars, o actor fará certamente parte da História ao dar voz a uma personagem que, surgindo agora pela primeira vez, tem ainda muito que dar aos fãs. Como podem ver, motivos mais que suficientes para estar à conversa com Mário Bomba.

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Foto cedida pelo Kirane Project
Clone TV: Antes de iniciarmos a entrevista gostaríamos de agradecer ao Mário o facto de se ter disponibilizado para estar à conversa connosco. Se não se importa, antes de avançarmos, e porque nos disse antes que é um fã da Saga Star Wars, lembra-se de como foi o primeiro contacto do Mário com a Saga e que memória guarda desse momento?

Mário Bomba: Bem, lembro-me vagamente de ver o ep VI ainda no cinema com os meus pais. Os outros vi mais tarde. Adorei e não descansei enquanto não os tive em VHS.

Clone TV: Confidenciou-nos que apesar da maior ligação com os episódios IV a VI, sente-se estimulado pela “vertente política mais complexa presente nos episódios mais recentes”. Acha importante os filmes de ficção científica abordarem estas questões, sendo mais do que meros veículos de entretenimento?

Mário Bomba: A questão é mesmo essa, a ficção pode ser científica mas verosímil. Posso tentar transportar-me para aquele momento no tempo e acreditar nas possibilidades sócio-políticas daquela realidade. Quando bem feito, pode funcionar como previsão, uma aprendizagem real do que pode ser o futuro. E isso ultrapassa o mero entretenimento.

Clone TV: Indo agora ao motivo pelo qual convidámos o Mário para esta conversa: está a dar a voz ao Jedi Kanan na nova série de animação Star Wars Rebels. Sendo uma fã da Saga, pode-se dizer que este é um “sonho de menino” concretizado? Como surgiu a oportunidade?

Mário Bomba: É, de facto, uma grande alegria poder fazer parte deste elenco. O que traz mais responsabilidade para tentar fazer um excelente trabalho.

Clone TV: Em Portugal já tivemos oportunidade, graças ao “filme” Faísca de Rebelião, de ter acesso à série. As reacções têm sido unânimes e demonstram que os fãs de Star Wars não ficaram desiludidos, antes pelo contrário. A personagem do Mário é uma das personagens principais desta nova série e irá certamente marcar o Universo Star Wars. O que mais nos pode dizer sobre este “cowboy” Jedi como foi mesmo caracterizado pela produção da série?

Mário Bomba: De certa forma, sinto-o como uma espécie de Han Solo "renovado". Preocupado com os seus companheiros mais próximos e com os seus assuntos, mas com um forte sentido de justiça.

Clone TV: Lemos, ao prepararmos a entrevista, que o Mário tem Formação em Stage-Combat e Stage Sword Fighting. Acha que esta formação ajuda-o na hora de entrar na personagem de um Jedi quando tem que fazer cenas de lutas?

Mário Bomba: Ahah, não estava à espera dessa pergunta. O facto é que me fizeram recordar as aulas do mestre Eugénio Roque, com quem aprendi o pouco que sei de esgrima artística. Agora, sabres-laser ele não tinha...

Kanan, a personagem a quem Mário Bomba empresta a sua voz.

Clone TV: Star Wars Rebels, ainda antes de estrear nos EUA, já tinha uma segunda temporada confirmada pela Disney/Lucasfilm. Em Portugal sentimos que tem sido benéfica, no que à promoção diz respeito, esta ligação entre a Lucasfilm e a Disney pelo que assumimos que também em Portugal contaremos com a continuação da série. O ambiente que se vive nas gravações também reflecte este optimismo?

Mário Bomba: Até agora, tudo tem corrido bem. Não temos indicações em nenhum dos sentidos quanto à 2ª temporada.

Clone TV: Star Wars Rebels mostra um período da história de Star Wars que conhecíamos pouco: os acontecimentos entre o EP. III e o IV. O que se conhecia era no âmbito do Universo Expandido (livros, comics e videojogos) que deixou recentemente de ser considerado como canon (história oficial). O Mário já tinha algum contacto com este período em concreto ou também está a ser novidade para si?

Mário Bomba: Visto não ser utilizador dos jogos, não tenho um enorme conhecimento. Fora os episódios de cinema, entrei apenas em maior contacto com a saga Clone Wars na qual participei.

Clone TV: Ao olharmos para o passado do Mário vemos trabalhos em áreas como o teatro universitário, teatro profissional, Cinema, dobragem/locução/voz off, televisão e rádio. Em qual dos meios prefere trabalhar?

Mário Bomba: É tudo muito diferente umas coisas das outras. Confesso um fraquinho considerável pela comédia em geral e pelo cinema. Mas, por exemplo, agora estou em cena com um espectáculo de teatro para toda a família que me está a dar enorme prazer fazer, curiosamente também baseado em cartoons: O Popeye - O Marinheiro. Aproveito para convidar todos a ver, teatro Villaret, todos os fins‑de‑semana até 21 de Dezembro, sempre às 11h. Feita a publicidade!

Cartaz da peça Popeye.
Clone TV: Esta é uma peça virada para um público mais novo, mas, parece-nos, que isto não será novidade para o Mário, já habituado a trabalhar para um público infanto-juvenil. Trabalhar para este público é um desafio acrescido?

Mário Bomba: São registos algo diferentes. É um público muitas vezes mais interactivo do que o público de teatro tradicional. Mas permitam-me corrigir: esta é uma peça para toda a família, transversal a várias gerações. Ouviram mais falar no Popeye provavelmente os pais, o que os motiva a mostrar as personagens aos seus filhos.

Clone TV: Tem um vasto currículo na área da dobragem de séries e filmes de animação, tendo participado em séries com registos tão diferentes como Homem-Aranha, One Piece ou Shin-Chan, só a título de exemplo. Como se prepara para cada um destes trabalhos? Procura alguma inspiração nas versões originais ou constrói algo de raiz para cada uma das personagens?

Mário Bomba: Depende da série. Regra geral tendo a estudar os originais durante um tempinho. Em caso de séries de culto (One Piece, Naruto, etc.) há por vezes uma pesquisa mais aprofundada. Nomes, técnicas, termos a utilizar. Para não chocar as fan-bases de cada série.

Clone TV: Tem também uma ligação muito forte à comédia. Acompanhámos, a título de exemplo, a sua participação no Camada de Nervos, do Canal Q. Vimos também que tem formação – e que já a deu também – em comédia improv e escreve e apresenta textos para rádio, T.V. e stand-up com o seu “Sit-Down Comedy”. É legítimo dizer que a comédia é a área em que se sente mais à vontade?

Mário Bomba: Gosto muito. É, talvez, o que tenho mais estudado, pesquisado e trabalhado. No entanto por vezes sinto falta de fazer outras coisas. Outros tipos de trabalho. Gosto muito de poder fugir à rotina, embora necessite de períodos de adaptação. Mas a Comédia traz-me um brilho especial aos olhos, sim.

Clone TV: Antes de terminarmos, como o Mário já está a par, sairá em 2015 um novo filme da Saga Star Wars, cuja realização está a cargo de J.J. Abrams e que trará novas personagens, mas não esquecendo personagens tão emblemáticas como Luke Skywalker, Han Solo ou a Princesa Leia. Que expectativas tem em relação a este filme?

Mário Bomba: Estou muito curioso. Até porque foram buscar actores da nova geração e da antiga. Fiquei apreensivo com o acidente do Harrison Ford, mas já retomaram a produçao e parece estar a correr bem. Agora, não deixa de ser irónico o Han Solo lesionar-se na porta do Milenium Falcon.

Foto cedida pelo Kirane Project

Clone TV: Agradecemos uma vez mais a disponibilidade do Mário Bomba em estar à conversa connosco. Como tem vindo a ser hábito em todas as nossas entrevistas, deixamos aqui um espaço para que o Mário possa dizer o que lhe vai na alma, em jeito de “mensagem” aos nossos leitores.

Mário Bomba: Ajudem desse lado o audiovisual nacional. Dando atenção. O internacional vai sobrevivendo porque os espectadores vão assistindo globalmente ao que é produzido. Agora há coisas nacionais interessantes às quais não é dada a devida atenção. E assim, pouco estímulo é dado ao mercado. Há bons argumentos e ideias que não chegam a sair da gaveta.

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