segunda-feira, 6 de junho de 2016

Star Wars: Planeta edita em BD a história que todos queriam, menos a Disney...


Depois de ter editado em BD os seus primeiros filmes de Star Wars, a Planeta oferece agora aos admiradores de Luke, Leia, Han Solo e companhia, também em banda desenhada, aquela que é considerada pelos incondicionais fiéis da saga a continuidade da história após a morte de Darth Vader. «A Trilogia de Thrawn», composta por «O Herdeiro do Império» (desenho e arte-final de Oliver Vatine e Fred Blanchard), «O Despertar da Força Negra» (Terry Dodson e Kevin Nowlan) e «A Última Ordem» (Edvin Biukovic e Eric Shanower), todos com argumento de Mike Baron (adaptado dos romances de Timothy Zahn), apresenta um enredo totalmente distinto do que vimos recentemente no filme de J.J. Abrams, «Star Wars Episode VII: The Force Awakens».

Quando a Disney revelou que daria prosseguimento a saga Star Wars, milhões acreditaram que o caminho a seguir seria inspirado n´«A Trilogia de Thrawn». Puro engano (e um erro histórico para milhões de fãs...)! Deste modo, a publicação em BD desta série por parte da Planeta é uma bênção para aqueles que desconhecem a história, concebida por Timothy Zahn, indiscutivelmente um dos principais responsáveis pela expansão do Universo Star Wars através dos seus livros, lidos por milhões de pessoas (e que tal a publicação em Portugal dos seus livros?...)

O êxito d´«A Trilogia de Thrawn», editada em 1991, 1992 e 1993, foi imediato e avassalador, o que fez com que a Dark Horse Comics tenha adaptado para BD os livros de Zahn entre 1995 e 1998 (três minisséries de seis números cada), com Mike Baron a assumir a responsabilidade de condensar a história, algo que alcançou com mérito. É esta obra que oferece agora a Planeta, num único volume, algo que merece sempre o nosso aplauso.

Resumidamente, «A Trilogia de Thrawn» tem o seu início cinco anos depois da destruição da Estrela da Morte («O Regresso de Jedi»), com Han Solo e Lei Organa à espera de gémeos e Luke em constante evolução com os seus poderes Jedi, mas também a não esconder a sua solidão devido ao desaparecimento de Yoda, Ben e… Vader. Entretanto, o Império, apesar da morte dos seus principais artífices, ainda resiste devido ao estratega Almirante Thrawn, que procura reerguer a glória e o terror do passado. Para isso, é necessário superar a ainda frágil Nova República.

Em «O Herdeiro do Império», entramos de imediato na história. É verdade que, por vezes, os leitores que não estejam familiarizados com o Universo Star Wars podem se sentir um pouco perdidos, mas, com o desenrolar da trama, esse sentimento suaviza, embora dificilmente desapareça por completo. Mas isso não invalida o feito de Baron, que apresenta um trabalho exemplar tendo em conta a riqueza dos livros de Zahn. Aos poucos, somos envolvidos pela trama, principalmente pela frieza e estratégia de Thrawn, mas principalmente por revermos Luke, Leia, Han Solo, R2-D2, C-3PO, Chewbacca, etc. Em relação as ilustrações, nada a assinalar, já que temos uns traços clássicos, onde o risco não foi tido em conta. Nota ainda para o aparecimento de Talon Karrde e Mara Jade, dois personagens marcantes no Universo Star Wars, embora desconhecidos do grande público.

Em «O Despertar da Força Negra», a trama adensa-se, com o Império e a Nova República em busca incessante de uma frota de naves perdida no espaço, uma frota que pode decidir em que mãos fica o futuro da Galáxia. Nota também para o aparecimento de um novo Jedi, mais próximo do lado negro da Força e que ansia por ter sob o seu controlo Luke e Leia. Acompanhamos várias histórias ao mesmo tempo, embora todas estejam interligadas.

Por último, «A Última Ordem», onde as histórias se concluem, num desfecho que continua a surpreender muitos leitores. A ligação a trilogia original do cinema faz-se sentir em pleno, muito devido ao vínculo que faz ao Imperador Palpatine. Acompanhamos ao pormenor os problemas de Leia e Luke, que mais uma vez defronta o Lado Negro da Força. Do três volumes, talvez este seja o mais “redondo”, também em termos de ilustração, com o croata Edvin Biukovic a apresentar um a visão europeia a saga.

«A Trilogia de Thrawn» é assim um momento marcante na história de Star Wars, principalmente por Zahn ter conseguido trazer um novo olhar para a saga, que muitos acreditavam que tinha chegado ao seu fim após «O Regresso do Jedi». Esta magia é captada com mestria por Mike Baron, que agora a Planeta publica num único volume, de capa dura. Na capa, não podemos ficar indiferentes para a palavra “Lendas”. A justificação é a seguinte: a Disney comunicou em 2014 que todo o material existente sobre a saga, com exceção dos filmes e da série televisiva «Star Wars: The Clone Wars», seria considerado fora da linha temporal que a empresa norte-americana decidiu seguir, denominando esse material como “Star Wars Legends”.

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